Na Uirapuru, economista da Farsul alerta: subsídios da agricultura ficam com os bancos e não com os produtores

Participando da 29ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, o economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) Antônio da Luz explanou sobre as propostas para uma nova política de crédito rural que o setor está apresentando para a equipe econômica do governo.

Em entrevista na Uirapuru, o economista explicou que nos últimos anos o custo de produção tem aumentado sistematicamente. De acordo com o economista, nos últimos quatro planos safra houve um aumento de 22% no custo de produção, ou seja, aumentou em 22% a necessidade de créditos. Ainda, conforme Luz, o número de recursos que realmente foram efetivados teve uma queda de 10,5% nos últimos anos, o que representa que em 2018 os produtores tinham apenas um terço do valor de recursos que tinham em 2014.

Luz disse que de 2014 a 2018 caiu em 25% o número de produtores que acessavam o crédito rural, ou seja, de cada quatro, um era expulso do crédito nesse período, o que representa mais de 300 mil produtores. Para o economista, estamos com um sistema de crédito rural que chegou ao limite e no teto de sua capacidade, sendo necessário rever isso. Luz explicou que a entidade está pensando em modelos distintos, porque os subsídios que o governo dá não chegam no produtor, ficando no sistema financeiro com os bancos. Para o economista as políticas agrícolas estão hoje mais voltadas para atender os interesses de indústrias fornecedoras e do sistema financeiro.

O economista defendeu que aquilo que hoje está mais solidificado é a necessidade de reforçar os seguros. Um seguro que não atenda apenas os interesses do custo, mas também a sua renda e seu faturamento. Segundo o economista, com a busca pelos seguros em primeiro momento, o produtor irá conseguir créditos com juros mais baratos e terá a garantia da lavoura segura.

Para Luz, produtores mais seguros significa menos endividamentos e inadimplência para o sistema financeiro.

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